O presidente da Câmara, deputado Henrique
Eduardo Alves, anunciou nesta quinta-feira (13) a realização de uma comissão
geral para debater o relatório final dos projetos que modificam o Estatuto da
Micro e Pequena Empresa (conhecido como Lei do Supersimples - Lei Complementar
123/06).
O texto foi aprovado, em dezembro
do ano passado, na comissão especial criada pela Câmara para analisar a
matéria. Trata-se do substitutivo do relator, deputado Cláudio Puty (PT-PA),
aos Projetos de Lei Complementar 221/12 e 237/12.
A comissão geral deverá ser
realizada na primeira quinzena de abril. O anunciou foi feito durante reunião
com o ministro-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif
Domingos; o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae), Luiz Barreto, e diversos líderes partidários e parlamentares
ligados ao tema, como o relator da proposta e o presidente da Frente
Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, deputado Guilherme Campos
(PSD-SP).
“A realização da comissão geral vai
aumentar a pressão [pela votação da proposta] e forçar a negociação dos pontos
ainda polêmicos”, declarou Afif. Ele se referia à postura do Conselho Nacional
de Política Fazendária (Confaz), que se opõe à proposta, argumentando que ela
reduz a arrecadação tributária. “Eles falam que a desoneração será de R$ 20
bilhões, mas não mostram estudos”, acrescentou.
Segundo o relator, o impacto das
medidas sobre a carga tributária será de aproximadamente R$ 1 bilhão. Estudo
elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, apresentado
aos participantes da reunião, destaca que essa perda seria compensada com a
“expressiva taxa de crescimento de formalização de novos negócios, geração de
empregos, pagamento de INSS pelos novos empregados e empreendedores, assim como
a melhoria significativa de indicadores econômicos”.
Ao anunciar a realização da
comissão geral, Henrique Eduardo Alves cobrou uma negociação mais ampla com o
governo e com o Confaz para que o anúncio do evento não gere uma expectativa no
setor produtivo que seja frustrada posteriormente pela oposição da área
econômica do Executivo.
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