Uma simples
dona-de-casa de Felipe Guerra, moradora do Sítio Pindoba, (a 80km de
Mossoró), Rita Maria Batista, 56, morreu às 9h de hoje no Hospital
Regional Tarcísio Maia (HRTM), depois de uma longa agonia entre sua
cidade a essa unidade de saúde. Não suportou uma sequência de descasos e
maus-tratos. De desrespeito à vida.
Existem suspeitas, fortes indícios – na verdade, de que ela morreu por omissão de socorro médico no HRTM.
O caso foi publicado por este Blog (veja AQUI ou em postagem mais abaixo), a partir de enfoque do jornalista Cézar Alves no portal Nominuto.com.
Rita chegou a passar por cirurgia, mas
hoje – não resistiu. Em Mossoró, a ‘Metrópole do Futuro’, não existia
sequer um leito de UTI para acomodá-la no pós-operatório.
O caso será investigado pela Polícia Civil, provocada pela promotora de Justiça Ana Ximenes.
A promotora esteve ontem no HRTM
apurando os maus-tratos a Rita – ao lado de membros da Polícia Civil.
Recolheu elementos que podem levar o Ministério Público a considerar que
ela foi vítima de omissão de socorro. A dona-de-casa só foi levada para
uma cirurgia após agonizar por cerca de 30 horas.
Rita deu entrada no HRTM às 13h de
terça-feira (3). Um clínico geral a medicou e pediu o parecer de um
cirurgião, o que só foi feito às 11h do dia seguinte. Quase 24 horas
tinham se passado. A ordem era para cirurgia de forma imediata. Havia
perigo de morte.
Mesmo com o Centro Cirúrgico do HRTM estando sem ocupação e com três cirurgiões disponíveis, no local, Rita não foi atendida.
Às 18h de ontem (quarta-feira, 4), o
cirurgião Wagner Langue passou a fazer parte do plantão e levou-a
imediatamente para o Centro Cirúrgico. Fez o procedimento sozinho, mesmo
quando não se recomenda essa postura, porque o outro médico – Adail
Vale – faltou.
A partir da conclusão da cirurgia, havia
necessidade de uma UTI para a paciente. Não havia um leito disponível
no local, no Hospital Wilson Rosado, na Casa de Saúde Dix-sept Rosado
(CSDR) ou Hospital da Mulher. Hoje, às 9h, a humilde dona-de-casa de
Felipe Guerra não resistiu à sua própria via crucis.
Em plena Semana Santa, dona Rita Maria Batista acabou crucificada pelo descaso, pelo desrespeito, pelo desdém com a vida humana.
Ah, ia esquecendo de informar a ‘grande’
enfermidade que a levou a óbito: ‘megacólon’ (privação). Isso mesmo.
Uma obstrução intestinal.
Blog Carlos Santos.