A governadora Rosalba Ciarlini recebeu na manhã desta quinta-feira (20) a visita do cientista Miguel Nicolelis. Acompanhada de alguns de seus auxiliares – secretários de Estado da Saúde, Domício Arruda; da Educação, Betânia Ramalho; e do Desenvolvimento Econômico, Benito Gama; além da diretora da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (Fapern), Maria Bernardete de Souza –, a governadora conversou e ouviu sugestões para ampliar a outras regiões do estado o trabalho já desenvolvido pelo cientista no Instituto Internacional de Neurociências de Natal.
Por essa razão, ele tem no Instituto Internacional de Neurociências de Natal um espaço onde a pesquisa está próxima ao público. Segundo Miguel Nicolelis, a noção central do projeto é única em todo o mundo e por isso há um apreço da academia internacional.
“Tudo que é feito aqui tem como objetivo criar um genoma social”, disse, lembrando que o desenvolvimento das crianças que participam do projeto é perceptível através do interesse delas pelo trabalho. “Não há nada igual a entrar na escola de Natal e ver as 600 crianças trabalhando; é quase um oásis; elas têm uma alegria impressionante de trabalhar”.
E é exatamente esse interesse que se busca desenvolver para evitar a evasão escolar. Dados apresentados durante a reunião dão conta de que 30% das crianças abandonam a escola no Ensino Médio porque precisam trabalhar e outros 30% por achar que estudar não serve para nada.
De acordo com Nicolelis, existe uma evasão real, mas também uma provocada, que parte da falta de estrutura e incentivo das escolas, o que gera esse desinteresse. A falta de gestão das instituições de ensino e o despreparo dos professores contribuem para que os alunos se afastem cada vez mais das salas de aula.
SAÚDE
Durante o encontro com a governadora Rosalba Ciarlini, o cientista Miguel Nicolelis também citou como assunto de grande importância a saúde, que dentro de seu projeto está ligado diretamente à educação.
Por essa razão, o trabalho desenvolvido em Macaíba beneficia mulheres que estão fazendo pré-natal. “Nenhum projeto educacional pode esperar o nascimento de uma criança, ele tem que se preocupar com a formação desde o útero da mãe”, alertou Nicolelis.
Ele falou da teoria dos “18 meses críticos”, ou seja, os nove meses de gestação mais os nove meses seguintes. É nesse período que a criança está se conectando com o mundo e começa a responder aos estímulos, captando o que é positivo ou negativo. A partir desse pensamento é possível educar as crianças para serem mais tranquilas e felizes, além de se interessarem mais pelo aprendizado.
Alexandre Mulatinho – Assessor de Comunicação