Nesta
terça-feira (24), a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania
transferiu 30 presos de Natal para o CDP de Apodi, unidade que foi
reconstruída recentemente, pelos próprios detentos, e é considerada
modelo. No entanto, o Estado não enviou nenhum tipo de suprimentos para a
unidade atender a essa nova demanda.
De acordo com os agentes, para manter o padrão de controle e
tranquilidade dentro do Centro de Detenção Provisória, os agentes
penitenciários tiveram que sair de porta em porta no comércio de Apodi
pedindo doações.
“Não é nosso papel, mas para manter a ordem e o modelo humanizado que
aplicamos no CDP de Apodi, o agente Airton Lucena e eu tivemos que ir em
busca desses suprimentos para os presos. Se esses detentos vieram de
Natal, que está em crise, não podemos permitir que eles se revoltem aqui
na nossa unidade, que é conhecida pela tranquilidade e
ressocialização”, comenta o agente Márcio Morais, diretor do Centro de
Detenção.
E Márcio está certo. Se os presos de Apodi recebem condições mínimas
para se manterem atrás das grades, coisa que o Estado não oferece em
outras unidades, é natural que os novos “hóspedes”, todos da capital,
necessitem receber o mesmo atendimento.
Não se trata de questão de pena dos presos ou benevolência com
criminosos. Trata-se única e exclusivamente da manutenção da ordem em
uma unidade que já vive em paz. O que os agentes conseguiram para os
presos, nesta terça-feira, foram somente sabonetes, creme dental e
escovas de dente.
Alguns podem criticar essa ação dos agentes, mas se todas as unidades
prisionais do Estado tivessem o mínimo de humanização, nós caminharíamos
para o passo importante da ressocialização. O que se faz hoje é trancar
criminosos em cadeias deterioradas, insalubres e que fazem com que eles
não tenham nenhuma perspectiva de mudar de vida, de tentarem ser
pessoas melhores. Acabam voltando para as ruas piores do que entraram.
Fonte: Portal B.O
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