O presidente nacional do Democratas,
José Agripino (RN), disse que a possibilidade, agora cogitada pela presidente
Dilma Rousseff, de reduzir o número de ministérios é - mais do que pressão
política - consequência da percepção da petista de que seu governo quebrou as
contas públicas do Brasil. “A redução no
número de órgãos públicos é uma tese que defendo com posições e projetos
apresentados há anos. Parece que a presidente finalmente percebeu que seu
governo quebrou o Brasil”, criticou o senador.
Crítico contumaz
ao uso da máquina pública para acomodar aliados políticos, Agripino apresentou proposta
de emenda à Constituição (PEC 34/2013) que tornava mais rigorosa a criação de estatais,
ministérios e órgãos públicos no país. A matéria foi rejeitada durante votação
em plenário, em março de 2014, por governistas. Hoje,
o governo Dilma conta com 39 cargos com status de ministro – segundo o
parlamentar, grande parte utilizada como moeda de troca entre governo e base
aliada.
A PEC de
Agripino propunha que a criação de empresas estatais, autarquias ou ministérios
não fosse mais possível por decreto, medida provisória ou lei ordinária, como
ocorre atualmente. Seria possível apenas por lei complementar, que exige o voto
de 41 senadores e 257 deputados federais. “O
que queríamos com a aprovação da PEC? Evitar que se repetissem os abusos que
ocorrem nos últimos 12 anos: a fundação de empresas, autarquias, ministérios,
que ainda não disseram a que vieram, além da barganha política com a
distribuição de cargos”, contou Agripino.
Para o
democrata, o fato de a presidente Dilma estudar a possibilidade de reduzir o
número de pastas deve-se também à pressão da sociedade, que exige a contenção
dos gastos públicos desnecessários, principalmente pelo fato de o Brasil estar
passando por um momento econômico preocupante. “Acende-se a esperança de que a voz das ruas esteja mexendo com a cabeça
da presidente Dilma”, destacou o presidente do DEM.
De acordo com o jornal O Estado de S.
Paulo desta quinta-feira (26), a chefe do Executivo encomendou
estudo à Casa Civil para que verifique a possibilidade de redução ou extinção
de pastas. Entre os ministérios que poderão ser atingidos, segundo o jornal,
estão os da Pesca e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), além de
secretarias com status de ministério, como Assuntos Estratégicos, Direitos
Humanos, Mulheres e Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
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