O
Ministério Público Federal (MPF) em Caicó recomendou à Fundação Nacional
de Saúde (Funasa) que adote providências para regularizar o imóvel onde
funciona o Hospital Regional do Seridó. Uma solução já foi proposta
informalmente pelo proprietário, o Atlético Clube Corintias, que sugeriu
a permuta por outro imóvel pertencente à fundação, localizado na Rua
Chilon Heráclico, no bairro Barra Nova, e já ocupado pelo “Galo do
Seridó”, como o clube é conhecido.
O
Hospital Regional está localizado na Rua André Sales, no bairro Paulo
VI, em terreno pertencente ao Coríntians de Caicó. A associação privada
decidiu pela permuta no ano de 1987, porém a “troca” nunca foi
formalizada nos ofícios imobiliários da cidade. Mesmo sem a
regularização, a Funasa construiu o hospital e o Atlético Clube
Corintíans passou a ocupar a área originalmente pertencente à fundação,
no bairro Barra Nova.
De
acordo com a recomendação, assinada pelo procurador da República Bruno
Lamenha, a Funasa já se posicionou favorável à formalização da permuta
como a melhor solução para o impasse e, “até onde se tem notícia, o
Atlético Clube Corinthians de Caicó não se opõe à adoção de tal
providência”.
Em
2010, a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) analisou ambos os
imóveis e constatou que o legalmente pertencente à Funasa (na Rua
Chilon) possui valor inferior ao pertencente ao Coríntians de Caicó
(onde foi erguido o hospital). “(...) eventual permuta não geraria
prejuízo, e sim acréscimo, ao patrimônio público federal (...), à luz
das peculiaridades do caso concreto, a permuta entre os imóveis parece
exsurgir como a solução mais adequada”, aponta o MPF.
Prejuízos
- O Ministério Público Federal reforça que o Hospital Regional do
Seridó constitui um dos principais centros de atendimento à população da
região e a indefinição quanto à titularidade do imóvel tem dificultado
investimentos no local, “prejudicando de forma sensível suas atividades e
deixando a população ainda mais vulnerável e carente de um serviço
público de qualidade”.
A
recomendação ressalta que, após a recente instalação em Caicó da Escola
de Ciências Médicas do Rio Grande do Norte, vinculada à UFRN, a direção
da instituição de ensino manifestou preocupação. A unidade de saúde é de
fundamental importância para a abertura de programas de Residência
Médica e outros que podem permitir a ampliação do atendimento, mas o
impasse quanto à titularidade do imóvel tem sido um dos principais
obstáculos à captação dos investimentos.
O
Conselho Municipal de Saúde de Caicó noticiou ainda a devolução de R$
2,3 milhões em recursos para reforma e compra de equipamentos destinados
ao hospital, obtidos através de empréstimo junto ao Banco Mundial. A
devolução teria sido motivada, entre outras razões, por conta da
indefinição sobre a posse do imóvel.
Os representantes da Funasa têm prazo de 20 dias para apresentar as providências adotadas com relação à recomendação do MPF.
Confira a íntegra da recomendação.
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