O deputado Henrique Eduardo Alves, candidato a governador pela coligação União pela Mudança, foi sabatinado na noite desta segunda-feira, 8, por médicos e odontologistas do Estado num evento promovido pelos sindicatos das duas categorias. O evento, realizado no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas, no bairro do Tirol, teve a participação, em separado, dos dois principais candidatos a governador, que responderam a perguntas comuns feitas pelos dois sindicatos e também a questões elaboradas pelos profissionais presentes ao encontro.
Ao final do encontro, o presidente do Sinmed e também presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Melo, declarou o seu voto e disse que o sindicato que preside fará sua escolha. “O Sindicato dos Médicos tem por tradição escolher e apoiar candidatos. Tenho muito carinho por Robinson, que até foi à minha posse como presidente da Federação, mas considero que pela capacidade, experiência e preparo, para governador do Rio Grande do Norte chegou a sua vez”, disse Geraldo Ferreira, que exerce uma importante liderança na categoria tanto a nível local quanto nacional.
Henrique agradeceu o apoio, principalmente por se tratar de um profissionalmente altamente qualificado e uma liderança que serve de referência para a categoria médica.
No inicio da sabatina, o candidato a governador afirmou que a Saúde Pública vive um dos seus piores momentos e que deverá acumular, até o final do ano, um déficit superior a 150 milhões de reais, de acordo com notícias que tem recebido. “Venho aqui diante de um segmento tão qualificado com muita maturidade e responsabilidade para dizer com clareza o que pretendemos fazer. Não venho com respostas feitas para agradar e conquistar. Não adianta agradar aqui e desagradar a partir de janeiro”, declarou.
Durante o encontro, Henrique reafirmou que, eleito governador, pretende apoiar os municípios potiguares a reestruturar a atenção básica à saúde. “Sozinhos, sem o apoio do Governo do Estado, eles não conseguirão”. A respeito de um calendário de pagamento e do fim do atraso dos salários, considerou que “não é favor nenhum do governante pagar o salário em dia”. E completou: “Mas a situação é tão grave, e a desarrumação é tanta que chegamos a esta situação no Estado. O que vamos fazer é analisar a questão fiscal e orçamentária para com muita responsabilidade e transparência estudar a situação e buscar soluções”.
O candidato do PMDB a governador disse que as APAMIs, que vivem uma fase de extrema dificuldade e que são responsáveis nos pequenos municípios por uma grande contribuição à saúde da população devem esperar do seu governo o restabelecimento do diálogo e da participação do Estado. “Poderemos estabelecer um pacote que inclua metas”, afirmou.
Henrique disse ainda que prometer construir ou ampliar hospitais seria uma irresponsabilidade, com exceção para o Hospital de Trauma de Natal. “Primeiro será preciso arrumar o que se tem. O Rio Grande do Norte é, proporcionalmente, o estado que mais tem hospitais regionais , mas a maioria funciona de forma precaríssima”, disse, para em seguida anunciar que irá buscar recursos do Governo Federal e parcerias até com instituições internacionais para reestruturar os hospitais regionais e fazer com que o estado volte a cumprir sua obrigação constitucional no que diz respeito à saúde da população.
O candidato a governador garantiu que a gestão da saúde será profissionalizada em todos os níveis e que uma das metas da reforma que pretende fazer na saúde é a capacitação permanente dos profissionais médicos que atuam nos serviços de urgência. Sobre acordos salariais e propostas de melhorias para os servidores da saúde, Henrique disse que acordos são feitos para ser honrados mas que tratará o assunto com responsabilidade, diálogo e transparência. “Precisaremos analisar a situação econômica e fiscal do Estado”, observou.
Ao tratar de temas nacionais, reafirmou o seu apoio ao Revalida dentro do Programa Mais Médicos e se comprometeu em colocar em votação, até o final do seu mandato como presidente da Câmara dos Deputados, o Saúde + 10, que estabelece a obrigação da União investir em Saúde 10 por cento de sua receita bruta. “Depois da Educação, chegou a vez da Saúde. O Governo não quer aplicar 10 por cento da receita bruta mas terá de dizer o porquê e vamos ter discutir uma alternativa com base na receita líquida”, completou.
Nenhum comentário
Postar um comentário