Todo o Rio Grande do Norte conhece a divergência política que tive com
a governadora Rosalba Ciarlini no episódio que resultou no meu rompimento e
afastamento político no primeiro ano de governo, em 2011. As razões e motivos
recíprocos foram divulgados, mas devo lembrar que jamais existiu entre nós
desrespeito recíproco, prevalecendo sempre o direito de opinião e de
posicionamento partidário.
Ao tomar conhecimento de fatos públicos ocorridos na Convenção do DEM,
partido ao qual a governadora Rosalba Ciarlini é filiada desde a fundação, não
desejo emitir opinião política, por tratar-se de assunto interno de uma
agremiação partidária, nem tão pouco buscar proveito eleitoral.
Como cidadão, lamento o ocorrido. Foi no mínimo um desrespeito e um mau
exemplo para a história política do Rio Grande do Norte, cujo futuro depende do
comportamento ético e democrático dos eleitos pelas urnas. O pleito de outubro
se aproxima e os eleitores terão a oportunidade de reagir ao ocorrido.
O princípio do respeito à cidadania, pluralismo político e dignidade estão
consagrados na Constituição Federal Brasileira, dentre os princípios
fundamentais do nosso Estado Democrático. Um partido político e seus dirigentes
têm o dever de preservar tais valores.
Ao excluir a governadora do direito a concorrer a reeleição por um
conchavo político para beneficiar grupos familiares que dominam o Rio Grande do
Norte há anos, eles mostraram mais uma vez o pensamento pequeno,
antidemocrático e desigual a Rosalba e mais ainda aos eleitores.
Se uma palavra pudesse dirigir aos que foram vencidos na recente
Convenção do DEM, repetiria o poeta Jorge Luis Borges: ”Há derrotas que têm
mais dignidade do que a vitória”.
Vamos em frente!
Robinson Faria
Vice-governador do RN
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