A ineficiência de políticas
públicas para os idosos em Natal e a responsabilidade para o cumprimento delas foram
os principais assuntos debatidos durante audiência pública promovida pela
vereadora Eleika Bezerra (PSDC), na manhã desta terça-feira (6), na Câmara
Municipal de Natal. Na ocasião também ficou definido que o Legislativo cobrará
do Executivo Municipal a construção da primeira Instituição de Longa
Permanência para Idosos (ILPI) a ser administrada pela Prefeitura do Natal, o
que, inclusive, está previsto no Plano Plurianual 2014/2017, através de emenda
da parlamentar.
Segundo dados apresentados pelo Conselho
Municipal do Idoso, atualmente o Brasil possui 23 milhões de idosos, mas a
perspectiva é de que este número aumente para 32 milhões já em 2015. Este
motivo, destaca a vereadora Eleika Bezerra, é mais uma justificativa para a
necessidade do debate em torno da chamada terceira idade. “Esta é a segunda
audiência pública que realizamos para discutir o assunto porque a necessidade é
urgente. Sabemos que a população na faixa etária acima dos 60 anos está
crescendo e precisamos de políticas públicas que funcionem para acolher os
idosos de hoje e do futuro”, pontua Eleika Bezerra.
Para a vereadora, o atendimento ao
idoso na capital potiguar é tímido. “Em Natal não temos nenhuma ILPI que
pertença ao governo estadual ou municipal. As que existem são administradas
pela Igreja Católica, Evangélica, Espírita, por exemplo, dependem de apoio dos
governos, mas não recebem o suficiente para a manutenção. Precisamos que uma
instituição seja construída e administrada pelo poder público, já há previsão
para isso e nós vamos cobrar”, acrescenta Eleika Bezerra.
O custo com o idoso em Natal é,
em média, de R$ 2,4 mil, segundo a presidente do Conselho Municipal do Idoso,
Ana Maria de Araújo. Deste valor, 47% é arcado pela própria instituição
acolhedora; 31% pelo idoso acolhido; 14,6% pela Prefeitura do Natal por meio da
Semtas; e apenas 1,9% por meio do Governo Federal. Para ela, o maior impasse é
a ausência de financiamento. “Se formos avaliar políticas públicas em relação à
legislação vigente, elas são perfeitas”. Porém, não existe política sem
financiamento. E o grande problema no nosso país é porque temos muitas leis e
não temos financiamento para fazer valer estas leis. Então, embora alguns
degraus já tenham sido conquistados, o nosso idoso ainda é abandonado”, opina
Ana Maria de Araújo.
O encontro também contou com a
presença de representantes do Ministério Público Estadual, das secretarias
municipais de Saúde (SMS) e de Trabalho e Assistência Social (Semtas) e da
Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), além de entidades ligadas ao
atendimento ao idoso.
Assessora de Comunicação
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