Brasília (DF) – O presidente da Câmara dos
Deputados, Henrique Eduardo Alves, e o ministro da Pesca, Eduardo Lopes,
se reuniram nesta quarta-feira (28), para discutir uma alternativa que
viabilize a continuidade da pesca na costa brasileira, mesmo com as
restrições sanitárias impostas pelo Ministério da Agricultura. Com o fim
do defeso da lagosta e a retomada das exportações em junho, estados
como o Ceará e o Rio Grande do Norte poderão sofrer com medidas
sanitárias que, embora necessárias para as exportações, estão fora dos
padrões da pesca no Brasil.
O deputado disse
que vai procurar o Ministério da Agricultura para viabilizar um acordo
que não prejudique a pesca nem as exportações. Além do ministro da
Pesca, também participaram do encontro com Henrique Alves representantes
de empresários e pescadores , como a Confederação Nacional da Pesca e
Aquicultura (CNPA) e o Conselho Nacional das Empresas de Pesca (Conepe).
Segundo o potiguar Abraão Linconl, da CNPA, a maioria dos barcos
pesqueiros do Rio Grande do Norte é de madeira e de pequeno porte, e,
portanto, não atende as regras sanitárias de acordo firmado entre o
Mercosul e a Comunidade Europeia do qual o Brasil é signatário.
Pelas regras do
acordo, para exportação de pescados e crustáceos brasileiros são
necessárias embarcações de fibra para evitar o contato do pescado com a
madeira. Pias de aço inoxidável e banheiros a partir de 4 pessoas por
embarcação também se tornaram exigências para a atividade. As normas
também não permitem a evisceração do pescado em alto mar, nem a
exportação de produtos sem inspeção dos órgãos sanitários e ambientais. A
multa inicial para quem descumprir as normas sanitárias e ambientais é
de R$ 4.900.
O empresário
Gabriel Calzavara explicou que, até as empresas que atuam legalmente na
indústria pesqueira, poderão enfrentar problemas com a falta do produto
nos frigoríficos de pesca. “O estado conta com 35 empresas de pesca e 60
embarcações de grande porte, mas ainda depende da pesca artesanal para
manter o volume de exportações”, justificou o presidente do sindicato
patronal da pesca potiguar. Ele lembrou que a Europa levou 40 anos para
se adequar à legislação que passa a ser aplicada no Brasil.
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