Os desmandos expostos diariamente na mídia causam imenso prejuízo à
nação. Além do dano econômico, resultam em conseqüências piores, de
ordem imaterial. Geram dor, revolta e desesperança. A insegurança
acarreta o medo e, com ele, a descrença nas instituições.
Notícias
recentes revelaram a onda de protestos que tomaram as ruas brasileiras.
Depredações, pichações, destruição do patrimônio público e privado,
incêndios, confrontos, morte. Não faltam motivos para o descontentamento
que se percebe. A população tem muito a reivindicar aos poderes
públicos, mas assombra-me a opção pela violência. Nosso país enfrenta
grave crise, cuja origem está na falta de educação e de valores éticos.
A
repetição do comportamento desprezível torna a vítima algoz da
comunidade e nivela por baixo os cidadãos. Pretender fazer justiça com
as próprias mãos inviabiliza a vida em sociedade e transforma-nos todos
em reféns uns dos outros.
Urge o aparecimento de novas lideranças
forjadas sobre sólida base ética, focadas no futuro, dispostas a dar o
melhor de si em prol do outro, na busca da construção de uma realidade
inclusiva, na qual prevaleça o bem-estar coletivo.
Deve-se
abandonar a noção individual de sucesso, a fim de entender que a
ausência de paz social impede-nos de usufruir até mesmo daquilo que se
conquistou com tanto esforço. Há de se ter em mente que a vitória
pessoal será sempre pequena quando for dissociada do contexto em que se
vive, quando não se reverter em proveito alheio, quando estiver limitada
ao ganho financeiro ou à obtenção do cargo público para dele se servir.
“Vem pra urna”
Não se deixe enganar. Atalhos que levem
ao despenhadeiro moral devem ser evitados. As soluções suficientes a
alterar a quadra vivida estarão no curso do caminho estreito e sinuoso
da virtude. O ano é de eleições. Substituo a frase tão usada nas redes sociais-em vez de “vem pra rua”, proponho “vem pra urna”.
A
sociedade brasileira não é vítima. É sim autora - considerados os
políticos que se valem do cargo eletivo não para servir ao outro, mas
para locupletarem-se. Além, quem os escolheu?
Por Chico Costa
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