As chuvas que caíram no Dia de São José renovaram - como reza a crença popular - a esperança do sertanejo em ano de bom inverno. Em 81 municípios do Estado, maior parte no Oeste Potiguar, foram registradas precipitações de até 100 milímetros. O maior registro ocorreu em Portalegre, com 106 mm. Os dados são do monitoramento das últimas 24 horas (7 h da manhã de terça-feira até as 7 h da manhã de ontem) em 86 pluviômetros do Departamento de Meteorologia da Emparn. Para os próximos dias é esperado chuvas em todas as regiões do Estado.
A continuidade se deve a presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é o principal Sistema Meteorológico responsável pela ocorrência de chuvas na Região Nordeste do Brasil no período de fevereiro a maio, desde o início do mês. Mesmo com a baixa probabilidade de ocorrência regular de chuvas no mesmo nível ou acima (100 mm) das registradas ontem, o meteorologista da Emparn, prevê recuperação dos aqüíferos.
Chuvas na média de 70 mm no interior analisa Gilmar Bristot, permitirão uma recarga dos reservatórios em até 30% dos níveis registrado no início do mês. “Alguns reservatórios já começam a demonstrar mudanças. Em Serra Negra do Norte, o açude verteu água e no Armando Ribeiro Gonçalves há uma recuperação”, observa o meteorologista. As chuvas que caíram ontem em Patos (165 mm), na Paraíba, também têm reflexo no reforço para a recuperação dos reservatórios potiguares, uma vez que as águas escoam para a bacia do Rio Piranha.
“Mantemos a previsão de fevereiro de chuvas dentro da normalidade, mas poderemos ter o mês de abril com maior incidência de chuvas no RN em relação ao mês de março”, observa o meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot.
A mudança antecipa o chefe do setor de meteorologia, pode ocorrer caso se verifique “uma melhoria nas condições oceânicas”, com a manutenção do aquecimento das águas do Atlântico Sul e neutralidade do Pacífico que faria com que a Zona de convergência permaneça sobre a região Nordeste trazendo mais chuvas. “Diferente dos dois últimos anos (2012 e 2013), este ano as condições dos oceanos estão favoráveis a ocorrência de instabilidades tropicais associadas à ZCIT”, disse.
A mudança de estação do verão para o outono a partir de hoje (20) também tem influência e pode “facilitar a ocorrência de mais chuvas, mas tudo isso será analisado ainda”, afirma Bristot. As previsões para o segundo trimestre (abril a junho) deve ser definido em reunião que acontece hoje e amanhã, em Recife. O período chuvoso deve alterar o status de alguns municípios que apresentam quadro de “seco” e “muito seco”. Segundo dados da Emparn, no mês de janeiro 40 municípios foram classificados como seco e outros 52 municípios no segundo grupo.
O quadro foi amenizado em fevereiro quando o número de municípios em situação mais crítica caiu para 33 e os de “seco” para 42. O quadro é semelhante neste mês de março. O número se manteve no primeiro grupo e na condição de seco hoje são 47 cidades.
Colaboração do Jornalista Chico Costa
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