O
Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar na próxima quarta-feira (26) a
legitimidade do Exame de Ordem, prova nacional da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) aplicada a bacharéis, que concede aos aprovados o
registro obrigatório para exercer a advocacia. A Corte recebeu um
recurso extraordinário de João Volante, bacharel em Direito, que
questiona a constitucionalidade do exame.
O
relator do caso, o ministro Marco Aurélio, pediu um parecer ao
Subprocurador da República Rodrigo Janot Monteiro de Barros. A avaliação
de Barros foi contrária ao Exame de Ordem. Segundo ele, “atribuir à OAB
o poder de selecionar advogados traz perigosa tendência”. Entre os
argumentos, o procurador alega que para ser essencial, o exame deveria
qualificar e não selecionar.
Caso
o Supremo decida extinguir o exame, cerca de 90 mil advogados
ingressarão no mercado de trabalho anualmente (concluintes das
faculdades de Direito). Também poderão exercer a profissão milhares de
bacharéis que não conseguem aprovação na prova. Somente na última
edição, dos 119.255 que fizeram a primeira fase, apenas 18.223 foram
aprovados, apenas 15% do total.
Para
a OAB, os índices de aprovação são baixos porque as faculdades de
Direito não formam bacharéis com qualidade. O presidente da entidade,
Ophir Cavalcante, avalia que, se a prova fosse extinta pelo Supremo,
aconteceria um “estelionato educacional”. “Seria um alvará de
funcionamento irrestrito para as faculdades que não têm compromisso com a
qualidade de ensino.”
Gladyer Godeiro
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