Existe um banco novo, que cresce a taxas exponenciais, e não tem sede na Avenida Paulista nem na Avenida Brigadeiro Faria Lima – os dois centros financeiros mais importantes da capital paulista. O Banco Gerador, instalado em Recife, deve fechar este seu segundo ano de vida com um salto de 145% em sua carteira de crédito.
É certo que ela ainda é pequena se comparada às das grandes instituições financeiras de varejo, mas a carteira de crédito subirá dos R$ 53 milhões de dezembro do ano passado para R$ 130 milhões ao final deste ano. Os ativos devem crescer quase 100% no mesmo intervalo.
“O banco está começando, por isso temos uma taxa de crescimento alta, mas o desempenho também é efeito do local e do nicho em que atuamos”, afirma Paulo Dalla Nora Macêdo, sócio e diretor-executivo do Gerador, um dos únicos remanescentes entre os bancos brasileiros que mantêm a sua sede no Nordeste. A instituição, que opera desde abril de 2009, escolheu emprestar dinheiro para funcionários públicos de cidades com até 50 mil pessoas, no interior do Norte e do Nordeste. “São os locais que mais crescem no País.”
A volta da marca Banorte
O Gerador comprou a tradicional marca Banorte em maio deste ano, por valor não revelado. Somente a marca fez parte da negociação – o Gerador não levou ativos ou passivos do banco fundado no final dos anos 40 pelo empresário pernambucano Jorge Baptista da Silva, que chegou a ter 200 agências em todo o Brasil e sofreu intervenção do Banco Central em 1996, quando foi comprado pelo Banco Bandeirantes.
Espaço aberto
A criação do novo cartão só foi possível devido à experiência do Gerador com o público de renda mais baixa. O banco foi criado na esteira do desaparecimento de um dos últimos bancos independentes do Nordeste, o BGN, que pertencia ao grupo Queiroz Galvão, e foi vendido para a financeira Cetelem, do francês BNP Paribas. “Vimos que a região ficou sem banco”, conta Dalla Nora.
Pequenas empresas
Obanco atua também no crédito para empresas com faturamento anual de até R$ 10 milhões, tanto para capital de giro como para investimentos, e faz consignado para funcionários de empresas privadas. Nesse caso, a empresa teve ter receita anual na casa dos R$ 25 milhões e o prazo de empréstimo dado aos trabalhadores é menor que para os do setor público, de no máximo 24 meses. “Fazemos análise da rotatividade do pessoal antes de conceder o crédito”, afirma.
Marcio Morais
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